Por Equipe Montolli Advocacia | 06 de fevereiro de 2017
É comum, quando se inicia uma atividade empresarial, ter como a maior preocupação a busca por um suporte financeiro estável. É nesse cenário que a figura do investidor se fortalece e aparece como a resolução de todos os problemas. Porém, é preciso que o empreendedor tenha claro em seu planejamento que existem vários tipos de investidores e que alguns podem não ser adequados para o tipo de negócio escolhido.
Quando se inicia essa busca, não é raro encontrar os investidores em classificações como Venture Capitalist, Private Equity, Mezanino e Private Investment in Public Equity, que são algumas das diversas classificações existentes. Porém, nesse texto, trataremos 3 tipos bem comuns no dia-a-dia do empreendedor brasileiro, quais sejam: Founder, Family and Friends, O Investidor Anjo e O Fundo de Capital Semente
TRÊS TIPOS DE INVESTIDORES
1. Founder, Family and Friends
Esse tipo de investimento é caracterizado pelo fato de a motivação de tal ato ter origem emocional, ou seja, o investimento se dá muito mais por razões pessoais, do que por razões econômicas e financeiras. É o apoio pessoal ao empreendedor, como a família que oferece ajuda ou o amigo que “dá uma força” ao novo negócio, sendo essa a razão pela qual este tipo de investimento é chamado de “Love Money”. O investimento de tipo “Founder, Family and Friends” se encontra em uma categoria de “baixo valor agregado”, tendo em vista que o único suporte fornecido é o aporte de capital, não há a transferência de contatos, informações experiência ou qualquer tipo de suporte técnico. Porém, apesar de não haver essa contribuição técnica, há uma vantagem de permitir ao empreendedor certa liberdade na aplicação desse capital, já que não há uma grande pressão por lucro ou prestação de contas.
2. O Investidor Anjo
O Investidor Anjo não apenas fornece o apoio financeiro, mas também pode aplicar seus conhecimentos para orientar o empreendedor. Nesse sentido, é chamado de Smart Money, já que além do capital investido, existe o suporte técnico-empresarial e até transferência de “know-how” para que o empresário se consolide melhor no mercado. Porém, como a natureza do investimento é puramente negocial, a exigência de prestação de contas e obtenção de lucro é maior do que no caso dos investidores “Founder, Family and Friends”.
Este tipo de investidor anjo busca apoiar e orientar o investido, com todas as suas competências, de modo a estabelecer uma relação mais estreita com o investido. Assim, tendo em vista que sua participação vai além da financeira, o Investidor Anjo agrega valor ao negócio, com sua orientação e conhecimento.
3. O Fundo de Capital Semente
São fundos de investimento estruturados por um gestor e um administrador, que utilizam capital de terceiros. Este capital, chamado de Seed Capital, geralmente é obtido junto às agencias e órgãos governamentais que visam promover o desenvolvimento de negócios no país (BNDES, SEBRAE, FINEP). Dessa forma, assim como o Investidor Anjo, avaliam tanto o empreendedor quanto o empreendimento e demandam com mais rigor a prestação de contas, muitas vezes com a aplicação de auditorias bem criteriosas. Isso ocorre devido ao fato de a origem do capital investido prover muitas vezes de entidades governamentais e fundos públicos e por isso demandam uma fiscalização maior. Além disso, é interessante notar que, apesar de possuir maior capacidade de investimento de capital, esse tipo de investidor não consegue agregar tanto valor ao negócio quanto o “Investidor Anjo”, quando este é também um smart Money, já que conta com uma equipe pequena, focada apenas na administração dos fundos e no repasse de capital.
Portanto, com tudo isso exposto, conclui-se que na hora de buscar um investidor não se deve apenas pensar em valores ou na facilidade de prestar contas e retornar o investimento, é importante focar também nos aspectos que compõem toda a atividade empresárial e como esse investidor vai se relacionar com ela.
Autoria: Cristiano Canedo Sanglard Starling Albuquerque, graduando em Direito. Supervisão: Karinne Montolli, advogada, especialista em Direito Empresarial e Direito Tributário.